3 a 5 de julho de 2024
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal
Até 25 de Março de 2024
O século XXI tem assistido a turbulências várias e a um contínuo reaparecimento de revoluções de protestos conduzindo a mudanças sociais.
Podemos, desde logo, tomar como exemplo, a Primavera Árabe que aconteceu no norte da África e no Oriente Médio, a partir de 2010. Estes movimentos lutaram por justiça, por democracia, pelos direitos humanos, pela dignidade da vida e contra os abusos policiais e/ou (para)militares. No mesmo período também eclodiram vários protestos como consequência da crise financeira, principalmente nos países do sul da Europa. Noutros contextos, como o Brasil, Hong-Kong, Quénia ou Senegal, também tem havido dinâmicas massivas de protesto, dirigidas ao poder. Concomitantemente, o período pós-pandémico viu despoletar guerras em larga escala. O século XXI tem-se pautado, por uma constante insegurança global, no sentido em que vários têm sido os confrontos militares e políticos, desde a Ucrânia e a Rússia, passando pelos conflitos no Sudão, Israel e Palestina. Em simultâneo assistimos à ascensão dos populismos, dos discursos xenófobos e homofóbicos, empregues por uma extrema-direita que ameaça um conjunto de valores que julgávamos garantidos. A mudança, a resistência e a oposição têm sido levadas a cabo, muitas vezes, por via da arte. Assistimos, no presente século, ao renascimento da arte política. É cada vez mais comum o empenho dos artistas na defesa de ideologias políticas e na elaboração de práticas ativistas engajadas com diferentes movimentos sociais— tais como os movimentos de justiça climática, feministas, LGBTQIA+, antirracistas, entre outros. Esta noção de arte política dialoga com múltiplas práticas performáticas e performatividades relacionadas com o campo mais alargado da criação artística. Estes protestos estéticos e visuais, na verdade, demonstram o potencial transformador dos indivíduos enquanto agentes sociais, ou seja, evidenciam que qualquer indivíduo é capaz de realizar ações estético-políticas. Historicamente, as artes têm-se associado a processos revolucionários de várias tipologias. Além da dimensão coletiva da revolução, também são de importante relevo os artistas que adotaram um posicionamento político e que retrataram a revolução e o protesto nas suas criações artísticas.
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15 de Março de 2024
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